Refletindo sobre a ansiedade


Mateus 6.19-34

Ansiedade, o mal do século. Apesar disso, não é algo novo. Jesus dedicou parte importante do Sermão do Monte para tratar desse comportamento. A diferença hoje é a forma generalizada que assumiu, tendo chegado ao extremo de atingir até mesmo as crianças. É bom que não esqueçamos que a ansiedade é pecado, distanciada do propósito de Deus que nos quer livres de preocupações e confiantes nas suas promessas.

Em primeiro lugar, Jesus ao introduzir o assunto, nos remete para algumas atitudes perigosas, que nos levam a este comportamento pecaminoso:

Erro de foco. No versículo 21, o tesouro nos fala de valores, daquilo que investimos nosso tempo e energia. Jesus explica que nosso coração naturalmente seguirá nossas escolhas. E se elas estão postas sobre coisas temporais, que hoje são e amanhã não, é fácil concluir que nossas emoções navegarão num mar turbulento e imprevisível, sujeito às intempéries do medo e da insegurança.

Conciliação entre possibilidades. Nada mais estressante do que tentar atender às demandas de dois senhores, principalmente, em se tratando de Deus e as riquezas (vs. 24). Tentativa frustante de conciliar atitudes que se excluem mutuamente. A insinceridade do serviço, a duplicidade de caráter, o conflito de interesses são suficientes para produzir "um homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos".Jesus nos deixa em si mesmo o exemplo de alguém que tinha muita clareza a respeito do seu serviço ao Pai. Ele nunca se deixou pressionar nem pelos seus discípulos, nem pela multidão, nem pelas circunstâncias. Nos últimos dias, são muitos aqueles que querem se assenhoriar do nosso tempo e nos exigir dedicação. Por muitas vezes, nos encontramos confusos entre as exigências múltiplas desse mundo. Multiplicaram-se os senhores. É necessário, portanto, que busquemos conhecer bem e amar Àquele a quem servimos a fim de dar-lhe a primazia em tudo, sem pensar em olhar para trás.

Prioridades invertidas. No verso 25, Jesus nos convida a pensar sobre nossos valores: "Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que as vestes?" Parece tão óbvio, mas porque não agimos de acordo com isso? Será que não nos damos conta de que as preocupações estão destruíndo nosso corpo e encurtando nossos dias? O mestre nos adverte a priorizar as coisas verdadeiramente importantes, em detrimento daquelas que nos roubam tempo e que longo de anos não terão importância nenhuma, ou dizendo de outro modo, não terão repercussão na eternidade.

Em seguida, o próprio Jesus nos fazer refletir na inutilidade do comportamento ansioso. Sabiamente, ele pergunta: ..."Quem...pode acrescentar uma hora à sua vida?" A ansiedade não produz nenhuma mudança nem sequer qualifica melhor nossas ações. Ao contrário, ela pode até mesmo paralizar nosso potencial criativo.

Por fim, o mestre nos apresenta o caminho da simplicidade como única via de escape de uma vida dominada pela ansiedade. Paremos de correr atrás do vento e focalizemos nosso olhar. A Instrução é: "Buscai...o seu reino e a sua justiça". Onde encontraremos o seu reino e a sua justiça? O reino é todo lugar ou esfera de atuação onde Cristo é Rei, ou seja, onde Ele manda, governa. O Reino é todo lugar da minha vida que eu entrego ao senhorio de Jesus. O seu governo trará paz, pois Ele nos dá sua paz. Sua justiça é a santificação por meio da Graça. "Minha graça te basta", já que o poder Dele manifesta-se na nossa fraqueza. Isso é descanso.

Depois disso, posso entrender melhor a exortação de Hebreus 12.1: "...desembaracemo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos está proposta".



(Rosana Rodrigues - Baseado na mensagem de 12/09/2010 do Pr. Jidlafe Rosa Rodrigues)